sexta-feira, 26 de dezembro de 2008

Encontro Cultural do Santo Antônio

Encontro Cultural do Santo Antônio

É um projeto idealizado pela “Xocós” Associação Sergipana de Autores e Intérpretes Musicais Independentes, cujo corpo diretório é formado pelos cantores Antônio Rogério (Presidente), Chiko Queiroga (Vice-presidente), Gladston Rosa, (diretor financeiro) Jonatan Leite ( diretor) e Pepe ( diretor) que tinham pensado numa oportunidade de fazer alguma coisa ligada à cultura sergipana; à valorização do artista e da arte sergipana, diferente de outros eventos acontecidos em nossa cidade que não têm o objetivo concreto de dar valor 100% aos artistas sergipanos; devido a localização histórica do bairro Santo Antônio; além de ser recheado de popularidades artísticas, possui sede e pontos cultural e artisticamente turísticos como a Rua de São João e a Colina de Santo Antônio. Tendo como objetivo principal despertar no sergipano o conhecimento fazendo com que esse encontro torne-se agente multiplicador da cultura no estado atraindo assim turistas para a cidade.



A ENTREVISTA

Entrevista com o cantor Antonio Rogério da dupla sergipana ChiKo Queiroga e Antônio Rogério, há 10 anos juntos conhecidos internacionalmente, ganhadores de vários prêmios de música e festivais nacionais:

(Entrevistadoras) - Você considera-se um poeta devido as suas composições?
(Antônio Rogério) - Olha, considerar-se é um fator muito complexo, mas eu considero toda música que é feita com o coração uma poesia , eu assim... me considero um poeta da música.

(E) - Que artista te influenciou?
(A.R.) - “ ChiKo” ( ChiKo Queiroga.)

(E) - Como começou sua paixão pela música?
(A.R.) - Em 1984 ainda menino vendo uma amigo tocar violão numa viagem da igreja católica onde era coroinha rsrsrs, depois tentei o conservatório de música de Sergipe, fiz 8 anos de violão clássico e hoje tenho bacharelado em violão, são 24 anos de trajetória.

(E) - Qual sua canção predileta?
(A.R.) - São tantas, mas... Serpente, pode ser esta!

( E) - Como a sociedade pode influenciar a música sergipana?
(A.R.) - Veja, valorizar suas raízes, e suas histórias , prestigiar os artistas da terra, ahhhhhhh, tem uma coisa que falta muito no sergipano e que a muito tempo eu luto pra resgatar isso é o “bairrismo”, por exemplo se alguém fala mal do baiano na Bahia ele briga, o sergipano às vezes até ajuda a falar mal dos próprios sergipanos, voltando a pergunta, acredito que falta amor a Sergipe e ao espírito de sergipanidade.

(E) - Como os governantes podem ajudar a cultura?
(A.R.) - Pra você ter uma idéia nos somos reconhecidos lá fora temos até proposta pra morar no exterior, quando se sai um pouco ( do Brasil ) a gente percebe que os países que investe em cultura e educação , o espírito e outro, a ótica é outra, aqui ( em Sergipe) o governo tem pouca ou nenhum envolvimento com a cultura local e pior ainda, não tem noção de quanto iria influenciar, economicamente, turisticamente, socialmente e até pedagogicamente nosso Estado, por exemplo a Bahia com o axé, Recife com o frevo, Ceará com forró, Maranhão o Boi, se você parar pra analisar Sergipe esta totalmente fora do contexto cultural, falta comprometimento dos governantes por Sergipe.


Biografia - Aracaju-Se, cantor, compositor, estudou violão clássico no conservatório de música de Sergipe, instrumentista, toca violão, baixo, e viloa., trabalhou em diversas casas no Estado de Sergipe.

Discografia –
Serpente
Chiko Queiroga e Antonio Rogério
Folia de São João
Balaio Atemporal
C’ lariou Vol 1 e 2
Canta-SE
Chiko Queiroga e Antonio Rogério 10 anos.




Para refletir...

Sergipe ainda não é um estado culturalmente conhecido por não ser valorizado de maneira concreta pelos seus habitantes nem pelos seus governantes. Portanto, dependem de nós algumas atitudes para reverter esta triste e injusta situação atual da cultura sergipana, cujos artistas fazem seus trabalhos com muito amor, mas para sobreviverem dos mesmos precisam ir para o exterior. Afinal, o que você já fez ou está fazendo para mudar isto? Possui CDS, livros, artesanatos de artistas sergipanos? Freqüenta peças e shows dos mesmos? Assiste e valoriza as manifestações folclóricas de seu estado, ou simplesmente entrega-se de corpo e alma à cultura de massa imposta pelos poderosos, vindas de outros estados? Qual a sua posição, por exemplo, quando vai à Orla de Aracaju e acaba por deparar-se com apresentações de trios pés de serra não sergipanos? Por isso, vamos fazer a nossa parte na valorização dos artistas sergipanos e tornarmo-nos multiplicadores da nossa cultura acabando com o conceito que se é sergipana não é boa, além disso, devemos defendê-la não deixando que falem mal e mostrando o contrário. Mas, para que isso venha acontecer, é necessário passarmos a amar verdadeira e espontaneamente o nosso estado. Pense nisso!



Acadêmicas
Ana Maria Moura Santos
Deise Cristiane do Nascimento
Sheyla Samantta Santos Costa
Tamires Andrade Cavalcante
Telaine de Jesus Souza

A FESTA DO BARCO DE FOGO REALIZADA EM ESTÂNCIA - SE










Estância, localizada a 56Km em
linha reta e 70Km por Rodovia Federal de Aracaju, celebra durante os festejos juninos, diversas manifestações folclóricas, entre elas, a corrida de barcos de fogo que fez com que Estância, através dos belos espetáculos pirotécnicos, ficasse reconhecida nacionalmente.

Antônio Francisco da Silva Cardoso, foi o criador do primeiro barco de fogo. Ele exercia a função de jardineiro na Prefeitura Municipal de Estância e costumava pescar. Tinha o sonho de ser marinheiro. Quando rapaz foi acometido por um problema auditivo que provocou a sua deficiência, ficando assim, conhecido como “Chico Surdo.”

O primeiro barco de fogo foi criado no final da década de 30. A idéia primitiva do barco de fogo se deu através da experiência com uma espada, para correr num fio de arame. Percebeu que quando ateou fogo, sua invenção deu certo e daí por diante começou a criar novas miniaturas de barco.

Na fabricação dessas miniaturas eram utilizados madeira leve e papelão, para a estrutura do barco, e espadas de pólvora e bambu para queimar os rojões. Na decoração dos barcos eram utilizadas bandeirolas coloridas.
Na época a corrida do barco de fogo virou moda transformando-se assim em tradição na cidade. Com o passar do tempo, foram tendo mudanças apenas na criatividade no que diz respeito à decoração dos barcos.

A fabricação dos barcos era caseira, realizada em fundo de quintal e em pequenos barracos. A carcaça do barco estando forrada, o barqueiro juntamente com a equipe, sem nenhuma interrupção, leva em torno de 24 horas na construção do barco. Para os festejos juninos o barqueiro começa a construir os barcos a partir do mês de outubro. Um barco custa em média: R$ 400,00. Os recursos utilizados na fabricação do barco são dos próprios fogueteiros. Não há uma contribuição financeira direta do Município na construção dos barcos. O vínculo que existe entre o Município e os fogueteiros é a compra dos barcos efetuada pela Prefeitura e os eventos por ela promovidos.

No momento a fabricação dos barcos está suspensa devido a uma explosão num barraco há um tempo atrás. Está sendo estudada, pelos órgãos competentes e pelos fogueteiros, a possibilidade da construção de um galpão apropriado para a fabricação dos barcos.

Em Estância, a festa da corrida dos barcos, tem lugar específico que é o Forródromo. Para participar da corrida, os barcos devem respeitar todo o regulamento do concurso, como por exemplo, tamanho, peso do barco, etc.

A corrida é realizada sobre um cabo de aço que corta uma extensão de 300 a 400 metros em linha reta, tendo pilastras de concreto nas duas extremidades. O barco de fogo é conectado por roldanas, a este cabo.

O fogueteiro junto com a equipe utilizam técnicas durante a corrida. É necessário que abaixe a tesoura e o fogueteiro posicione-se de lado para acender o pavio da espada, que fica no interior do barco, pois o barco fica a uma determinada altura. O primeiro pavio é aceso, e faz com que o barco dispare a correr sobre o fio, lança fogos e guirlandas para cima, asperge faíscas em cores. O choque, na outra, extremidade, detona o outro pavio, que produz o movimento em sentido contrário, até trombar na pilastra original.

Há um julgamento para escolher o barco vencedor em que o júri analisa: a decoração, a velocidade em que o barco vai e volta ao ponto de partida e que não deve por nenhum instante parar no meio do percurso e as mais belas flores de fogo que são soltadas durante a travessia.

A Prefeitura Municipal da cidade juntamente com a Secretaria da Cultura, com o objetivo de manter essa tradição, lançou um projeto, em que são realizadas na praça Barão do Rio Branco, todas as penúltimas sextas-feiras do mês, diversas apresentações como: teatro, café cultura, shows musicais, exibição de espadas e corrida de barcos de fogo, que é considerada uma das mais belas apresentações da noite.

A cultura realiza a história do homem. Visa permanecer suas raízes com as novas gerações. Estância, por exemplo, chama a atenção das gerações futuras a não deixar que sua cultura, sua origem e seus feitos se percam na evolução de tanta transformação e tecnologia. Estância não só cultiva suas tradições, mas também empenha em expandir seus valores culturais para outras cidades e estados, despertando no indivíduo o interesse e a valorização da cultura como alicerce na vida do ser humano.

Informações obtidas através de entrevista com o fogueteiro Ademilson da Conceição, popularmente conhecido como “Cride”.




Pesquisa de autoria das acadêmicas:
Carla dos Santos Almeida / Flávia Santos Fonseca / Mara Angélica Rodrigues / Maria Kleidy Tavares Melo / Maryssandra Melo dos Santos / Roselia dos Santos Vieira